sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como orientar a eliminação do oxalato da dieta?

O oxalato (ou ácido oxálico) é o produto final do metabolismo de aminoácidos e do ácido ascórbico, que não pode ser metabolizado no organismo humano, sendo excretado pela urina. O aumento na concentração urinária de oxalato pode levar à sua saturação, com consequente formação de cristais e cálculos renais.







O cálculo renal ou nefrolitíase é uma doença multifatorial que se relaciona com desordens genéticas e fatores ambientais. Aproximadamente 80% dos cálculos renais contêm cálcio, pois este mineral reage facilmente com o oxalato, formando oxalato de cálcio. Por esse motivo, em décadas passadas, preconizava-se a restrição da ingestão de cálcio devido à alta porcentagem de pacientes com recorrência de cálculos com hipercalciúria (excessiva eliminação de cálcio pela urina). Entretanto, recomendações atuais não aconselham a restrição de cálcio na dieta, pois evidências demonstram que a baixa ingestão de cálcio pode até contribuir para a formação dos cálculos.






Tem sido observado que indivíduos com obesidade, síndrome do intestino curto ou condições associadas a má absorção intestinal apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de cálculos renais.






A seguir são destacadas algumas das abordagens dietéticas para eliminação do oxalato da dieta, durante o tratamento de pacientes com cálculos renais ou com fatores de risco associados ao seu desenvolvimento:






· Fornecer cálcio extra durante as refeições com alimentos ricos em oxalato para se fixar o oxalato, reduzindo a sua absorção, sendo eliminado pelas fezes.






· Limitar a gordura em refeições ricas em cálcio, pois o cálcio pode se precipitar com os ácidos graxos formando sabões e deixando o oxalato livre para ser absorvido.






· Restringir o conteúdo de oxalato da dieta. A restrição do oxalato da dieta foi demonstrada como sendo eficaz na redução da excreção urinária de oxalato. Veja a tabela com os alimentos que tendem a ser mais ricos em oxalatos.






Alimentos a serem evitados:






Aveia, trigo integral, farinha de soja


Morango, uva, cítricos, ameixa ruibarbo


Espinafre, salsa, beterraba, acelga, agrião


Chá preto, café instantâneo, chope


Chocolate, cacau em pó, tofu, grãos de soja, manteiga de amendoim






Estudo científico realizado no Brasil determinou os teores de ácido oxálico de folhas de brócoli, couve-flor e couve submetidas à cocção por diferentes tempos, e concluiu que após 10 minutos de cozimento houve redução dos teores de ácido oxálico.

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