domingo, 9 de janeiro de 2011

Suplementos

Em minhas últimas descobertas para atualizar o blog, descobri o HALL da nutrição, que é o Alexandre Mourão. As matérias são tão tão boas que eu as copio e trago para vocês!!

Suplementos: Sim ou Não? Este é um questionamento sempre presente entre conversas de nutricionistas, personal trainers, vegetarianos, praticantes de atividades físicas, e pessoas que estão em tratamento dietético ou apenas estão mudando seus hábitos alimentares.
Dos leigos aos estudiosos, este é um assunto que sempre gera opiniões diversas. E por isso trazemos para a sessão “Hall da Discussão” este assunto.







Não é pra menos que este assunto gera divergências, afinal de contas, a suplementação perante a vida moderna acabou de sair da fase de “engatinhar” para começar a dar seus “primeiros passos”. Pode se considerar um assunto e método “novo” perante a sociedade atual.






Devido a isso, há carência de estudos, e dos que existem, pode haver controvérsias. E assim começam os questionamentos. Porém na atualidade esta discussão pode ser feita de maneira mais concisa, direta, auxiliada de fatos comprovados e estudos que pontuam certos acontecimentos, o que nos deixa melhor amparados para esta conversa.






O Histórico




história dos suplementos começa com uma cultura dedicada a um maior desempenho do corpo humano e isso aconteceu muito antes dos suplementos que conhecemos atualmente.





Registros indicam que tudo começou há uns 100 anos atrás com um homem chamado Eugen Sandow, considerado o primeiro fisiculturista da era moderna.






Sandow foi um grande defensor da importância da dieta, bem como o consumo de certas substâncias para ajudar a construir seus músculos mais rapidamente. Seu amigo, Earle Liederman, defendeu o uso de “suco de carne” ou “extratos de carne” como uma forma de ajudar os músculos a se recuperarem rapidamente de atividades extenuantes ou treinos. Estes podem ser os primeiros suplementos nos tempos modernos.






No final da década de 30, um homem começou a fazer suplementos ao processar o soro de leite e oferecê-lo em pó para consumo humano. Nasce aqui um dos primeiros “Whey Proteins”.






Então, na década de 1950, Irvin Johnson, também conhecido como Rheo H. Blair fez alguns pós de proteínas de alta qualidade do leite e ovos projetados especificamente para atletas. Depois Bob Hoffman e Joe Weider criaram a proteína em pó a partir de ingredientes mais baratos, como soja, germe de trigo, algas, dextrose e diversos tipos de plantas desidratadas.






Em 1980, os suplementos começaram a se tornar um grande negócio. Com isso a ganância surgiu e muitos produtos inúteis foram criados e vendidos para fisiculturistas incautos que acreditaram nas falsas declarações nos anúncios.






Nos anos mais recentes, o Dr. Scott Connelly, passou um tempo considerável na criação de produtos para prevenir a perda muscular e criou a mistura MET-RX (mescla protéica que pode conter proteína de soro de leite, caseína, leite e/ou albumina combinados com dextrina, vitaminas, minerais e/ou aminoácidos).






Outro nome bem conhecido na história dos suplementos é Bill Phillips, que fez da creatina um suplemento bem popular para os praticantes de atividades físicas.






No entanto, nem todos os suplementos são tão eficazes como os criadores sugerem. A história nos mostra que as indústrias podem manipular a grandeza de um suplemento por ganância de ganhar mais dinheiro. E por isto vale a atenção de sempre consultar um profissional especializado, no caso, o nutricionista, para a utilização dos suplementos.






Em 2010 o controle das indústrias de suplementos é crescente, e a qualidade e o teor funcional dos produtos são questionados por estudos e pesquisas constantes. A fiscalização pelos órgãos reguladores é bem maior e eficaz do que no passado. A atualização sobre eles é contínua. E a cada vez podemos ter mais segurança perante esses produtos.






E é com este contexto que entramos na discussão do assunto.






Análise Hall da Nutrição










Os suplementos alimentares são preparações destinadas a complementar a dieta e fornecer nutrientes, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos, que podem estar faltando ou não podem ser consumida em quantidade suficiente na dieta de uma pessoa.






Funcionam?






Sim. Mas depende do suplemento, da forma e meio utilizados, da rotina da pessoa, se há acompanhamento profissional em conjunto com uma alimentação equilibrada, e dos exercícios físicos. E se há realmente a necessidade de usá-los no caso apresentado.






Existem suplementos sem estudos ou que não há comprovação de que realmente funcionam?






Sim, pode acontecer quando um novo suplemento é criado ou falta estudos mais completos sobre ele.






Há como se prevenir? Como?






Sim. Com acompanhamento profissional. “Afinal de contas o Google ainda não consegue ser nutricionista e nem médico”.






Porque nossa posição é favorável ao uso dos suplementos com acompanhamento quando necessário?






O ensino conservador nas faculdades de nutrição muitas vezes pontua sempre a alimentação apenas através dos alimentos em sua forma “in natura”.






Porém acreditamos na evolução da era moderna, e com o andar e ritmo da sociedade, em pleno século XXI, vimos que algumas formas para manutenção da saúde, potencializar resultados, remediar e solucionar depleções, e auxiliar em situações metabólicas podem ser encontradas na forma de suplementos. Desde que seja com orientação profissional e se realmente for necessária, pois cada caso é específico.






No que nos baseamos para dizer isso?






Alguns dados e pesquisas mostram situações para tal fato:






• Artigo recente na Hortscience (EUA, Reino Unido) mostra redução em mais de 40% dos nutrientes das verduras e frutas nos últimos 50-100 anos.


o Há menor teor nutricional nos alimentos “in natura” (solo, agrotóxicos, modificação genética)


o Há esgotamento do solo e perca de nutrientes deste mesmo






• Levantamento Alimentar Unifest / USP – Estudo Brazos Nutricional – 2008:


o Pesquisaram 2.500 pessoas de 150 municípios de 5 regiões do Brasil


o Grande maioria não atingiu a RDA para diversos nutrientes


o Ingestão 6 vezes abaixo da RDA para Vitamina D


o Apresentaram abaixo da RDA: Vitamina A, E, K, Potássio e Beta caroteno






Nota: RDA (Recommended Dietary Allowance – Ingestão Dietética Recomendada): nível de ingestão dietética diária suficiente para atender às necessidades de um nutriente (97-98%), para indivíduos saudáveis.






• Estudos Americanos em 2005 mostraram que a população atingia apenas:


o 17% da RDA de Vitamina C


o 28% da RDA de Fósforo


o 26% da RDA de Niacina






• Escolha dos alimentos inapropriada:


o Alimentos industrializados (aumentaram em 400%) – apresentam ausência de nutrientes, excesso açúcar, gordura, aditivos alimentares


o Redução em 1/3 dos alimentos fontes de nutrientes no mercado






• Os estudos das RDAs foram feitos no final da década de 80, e as necessidades nutricionais podem ter aumentado de acordo com o novo ritmo de vida da sociedade, exposta a estresse físico, ambiental e mental


• Usos de medicamentos podem interferir na absorção de nutrientes


• Minerais não são produzidos por nenhum ser vivo


• Há mudanças industriais, tecnológicas e ambientais muito rápidas na atualidade


• Há pessoas que não gostam de comer vegetais


• Algumas vitaminas não são completamente disponíveis apenas nos vegetais


• Há variação da biodisponibilidade dos nutrientes nos alimentos e a sua absorção


• O ritmo de vida da sociedade neste século deve ser levado em consideração


• Praticantes de atividades físicas podem ter resultados potencializados


• Entre outros, etc.






Dessa forma, concluímos que a suplementação quando acompanhada por um profissional e associada a uma alimentação equilibrada e a atividade física, pode sim ser benéfica e potencializar resultados. Bem como pode melhorar a saúde e a qualidade de vida.






Não existe uma fórmula milagrosa, a indústria pode ser cruel, e estudos podem ser questionados, por isso a auto indicação e a utilização sem necessidade ou acompanhamento podem ser prejudiciais.






No campo da saúde não existe uma verdade única, o que se acreditava no passado, pode ser comprovado na atualidade que era equivocado, da mesma forma pode se descobrir que estava correto.






Por isso um profissional qualificado faz a diferença, pois com acompanhamento os caminhos podem ser mais efetivos. E as atualizações e pesquisas podem ser acompanhadas e certificadas constantemente.






A regulamentação e fiscalização das indústrias de suplementos através dos órgãos responsáveis está cada vez maior e mais eficiente.






O campo da suplementação através da nutrição orientada pode irritar os mais conservadores, mas não há dúvidas, de que está é uma enorme área a ser explora pelos nutricionistas. Estes ao invés de remarem contra a “maré da modernidade” devem orientar, questionar, pesquisar, atualizar e descobrir como utilizar a força desta “maré” em prol de uma melhor alimentação, da saúde e da qualidade de vida no século XXI.


Fonte:http://www.alexandremourao.com.br/?p=467&cpage=1#comment-44

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